Chegamos no mês de setembro, período em que acontecem várias discussões sobre o suicídio e sua prevenção devido ao Setembro Amarelo. Essa campanha foi criada no Brasil em 2015 pelo Centro de Valorização à Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Desde então, um esforço coletivo vem sendo feito tanto por instituições de ensino como pelos setores público e privado para falar sobre a importância de conscientizar sobre possíveis sinais de pensamentos suicidas e como evitar a ocorrência.
No artigo de hoje, você vai saber mais sobre a origem da data, os dados sobre suicídio, a importância da campanha Setembro Amarelo, os sinais que o suicida apresenta quando pensa em tirar a própria vida e quais os recursos e fontes de apoio recorrer. Continue conosco até o final!
A origem do movimento começou com a história de Mike Emme, um estadunidense de 17 anos que cometeu suicídio em 1994. Durante o funeral, as pessoas próximas do adolescente montaram uma cesta de fitas e cartões amarelos com a mensagem “Se precisar, peça ajuda”.
A partir dessa atitude, diversos jovens passaram a usar a fita amarela como forma de pedir ajuda às pessoas próximas. A ação se expandiu por todo o país até que em 2003 a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio.
Uma pessoa morre por suicídio a cada 40 segundos e uma pessoa tenta tirar a própria vida a cada 3 segundos no mundo, de acordo com a OMS, sendo a quarta maior causa de óbitos entre jovens de 15 a 29 anos. Isso significa que, anualmente, aproximadamente 800 mil mortes por ano acontecem dessa forma.
No Brasil, entre 2010 e 2019, 112.230 pessoas morreram por suicídio, tendo um aumento de 43% do número anual de mortes, segundo dados do Ministério da Saúde.
Cerca de 96,8% dos casos têm relação com algum transtorno mental. Entre as doenças que mais se destacam está a depressão, seguida de transtorno bipolar e abuso de substâncias. Porém, muitas vezes o suicídio pode acontecer de forma impulsiva devido a situações impactantes, como crises financeiras, perda de pessoas queridas e fim de relacionamentos.
O suicídio ainda é considerado um tabu por razões religiosas, morais e culturais. Por isso, existe até hoje um grande desconforto em falar sobre esse assunto, que é um grande problema de saúde pública.
Entretanto, já foi comprovado que falar sobre o suicídio pode reduzir os riscos de uma pessoa tentar cometê-lo, pois alivia a angústia e a tensão que os pensamentos podem trazer, equilibrando a saúde mental e melhorando a qualidade de vida.
Além disso, a OMS ressalta que 90% dos casos de suicídio podem ser evitados. Por isso as ações educativas, como a campanha do Setembro Amarelo, se fazem tão importantes, já que salientam a importância de dialogar e discutir sobre esse problema e reduzir o número de casos.
A maioria das pessoas que pensa em cometer suicídio informa amigos ou familiares próximos sobre a intenção, seja por meio da fala ou através de mudanças de comportamento. Separamos alguns dos sinais mais comuns para atentar-se:
Assim, conversar com pessoas próximas pode ser útil, mas é importante saber que esse é apenas o primeiro passo. Somente um profissional habilitado, como psicólogos e psiquiatras, possui os recursos necessários e ideais para ajudar o potencial suicida.
Muitas vezes, a pessoa em sofrimento extremo pode apresentar resistência para buscar ajuda, devido, por exemplo, ao medo de julgamento. Por isso, uma rede de apoio (familiares, amigos, colegas, professores) é essencial para ajudar, indicando profissionais especializados que saibam como lidar com as dificuldades do indivíduo.
Existe também o Centro de Valorização da Vida (CVV) que realiza atendimento gratuito para dar suporte emocional como forma de prevenir casos de suicídio. O serviço fica disponível 24 horas por dia, basta ligar para o número 188 ou por chat ou por e-mail, disponíveis no site.